Riviera francesa: o que mais vimos

Embora a Riviera Francesa se estenda desde Toulon até Menton, na fronteira entre a França e a Itália, em nossa passagem pela região não fomos tão longe, só até Saint Tropez. Os posts anteriores descreveram as nossas impressões sobre as suas cidades mais conhecidas – Mônaco, Nice, Cannes e Saint Tropez. Mas há outras cidades que não são tão badaladas quanto aquelas, nem tão nababescas, mas são igualmente encantadoras e charmosas, e que são visitadas quase sem querer, porque estão no caminho entre umas e outras.

Uma delas é Viilefrance-Sûr-Mer, uma graça de cidade localizada a leste de Monte Carlo, em direção à fronteira franco-italiana, onde está a casa mais cara do mundo, a Villa Leopolda, que, por ser uma residência particular, não está aberta a visitação e, vejam só, pertence a uma brasileira, Lilly Safra, viúva de Edmond Safra, banqueiro líbano-brasileiro, dono do Banco Safra, que morreu em um incêndio não esclarecido em seu apartamento em Mônaco, em 1999. Antes disso a casa já pertenceu ao falecido dono da Fiat, Gianni Agnelli (em cuja homenagem foi batizado o carro de Fórmula 1 que deu o sexto título a Michael Schumacher em 2003, o F2003-GA) e foi até hospital militar durante a II Guerra Mundial. Ela tem uma cidadela histórica muito bonita e bem cuidada, integrada à marina local, que é a maior atração turística do lugar. Realmente muito bonita.

Villefrance-Sûr-Mer

Viilefranche-Sûr-Mer

Villefrance-Sûr-Mer

Também vale a pena visitar Sainte Maxime, entre Fréjus e Saint Tropez, charmosa, simpática e muito mais barata do que a vizinha famosa. Há bons restaurantes e na marina há várias empresas que oferecem passeios pelas praias da região a preços bem interessantes. Há também um pequeno cassino à beira maar, para quem quiser fazer uma fezinha.

Sainte Maxime

Menton, bem na fronteira da França com a Itália, também é uma cidade linda, bem movimentada e com um calçadão muito bem organizado e bem decorado. Olhando para ele me lembrei, com certa melancolia, do Caminho Niemeyer, em Niterói, que quando crescer pode ficar um pouco parecido com ele.

Menton

Menton

A marina de Menton

Analisando friamente, todas as cidades da região são bastante parecidas, mas, não sei bem explicar por quê, cada uma delas tem um charme próprio, uma atmosfera única que as distinguem umas das outras. Embora nenhuma tenha uma atração gritante, como um museu, uma mansão, uma ruína histórica, uma igreja, templo ou cemitério, É delicioso passear por elas, olhando o mar de um lado e as montanhas de outro, acompanhando as pessoas que ficam circulando como se não houvesse trabalho. Mas o que eu mais gostei, disparado, mas de longe mesmo, foi dirigir pelas incríveis D6007, D6098 e D559, que na verdade são denominações diferentes para a mesma estrada que serpenteia pelo litoral revelando a cada curva paisagens inesquecíveis. Para mim, a viagem pela França já teria valido a pena só por ter dirigido por ali.

Falésias na D559

D559: asfalto perfeito contornando o litoral

Há várias maneiras diferentes de se conhecer essas cidades, além de outras que não foram citadas neste post. Minha sugestão, especialmente para aqueles que, como eu, gostam de dirigir, é fazer um passeio de um dia, saindo da cidade onde você estiver hospedado, ir até o mais longe que puder, parar nos locais que você gostar mais para comer, dar uma volta e tirar fotos, e depois voltar. A estrada corta, sem exceção, todas as cidades litorâneas e tem paisagens naturais lindas. Além disso, a média de velocidade baixa (nem precisava de radares, o próprio trajeto sinuoso já não permite abusos) faz com que ela seja uma atração à parte. Escolha uma trilha sonora bacana – recomendo “Riviera Paradise“, de Steve Ray Vaughan – esteja com sua companhia preferida e aproveite uma experiência turístico-automobilística inesquecível.