Ao telefone

A história a seguir é verídica, e aconteceu com o amigo de um amigo meu. Não é texto do Veríssimo!

– Alô?

(Voz de criança) – Alô, tem um caminhão de gelo em frente a sua casa? Hahahahahahaha!

– Meu filho, não é hora pra isso. Estamos no meio da sessão e você está perturbando o ambiente. O Preto Velho precisa de concentração.

– Ah, fala sério! Hahahahaha!

– Olha, acho bom você se comportar. O Preto Velho se irrita com muita facilidade e pode resolver fazer um trabalho pra você. Qual é o seu nome?

(Telefone desligado)

Mais tarde, toca o telefone.

– Alô?

– Alô, eu gostaria de saber se aí é uma casa de família ou um estabelecimento comercial.

– Bom, isso depende do que o senhor acredita…

– É que eu fiquei sabendo que o meu filho ligou para vocês e parece que ele foi um pouco inconveniente…

– Infelizmente é verdade, senhor. A entidade ficou bastante aborrecida.

(Preocupado) – Eu gostaria de me desculpar e saber se há algo que se possa fazer para evitar maiores aborrecimentos.

– Bom, senhor, o trabalho foi encomendado, mas a sessão já terminou e o médium já foi embora. Só na próxima sessão vamos poder conversar de novo com o Preto Velho e tentar convencê-lo a levantar o trabalho.

– E quando é a próxima sessão?

– Só na sexta-feira.

(Nervoso)- Sexta-feira?!

– É sim, senhor. Antes disso não podemos fazer nada.

(Telefone desligado)

O garoto nunca mais deve ter passado um trote pelo telefone…

Enquanto isso…

Entreouvido em um boteco em Lisboa:

– Ó Manoel, tu soubeste que, em um sequestro no Brasil, a polícia devolveu ao sequestrador uma das reféns que havia sido libertada?

– Eu não! É sério, pá?

– É!

– Ora, mas esses brasileiros… depois caçoam de nós, e dizem que somos burros!