Eu admito que olhava para esse programa de aluguel de bicicletas públicas do Rio com desprezo. Afinal, a primeira versão tinha fracassado por causa das dificuldades em alugar uma bicicleta (o sistema era complicadíssimo de usar e a bike tinha de ser devolvida no mesmo ponto onde tinha sido retirada) e dos constantes furtos, então a segunda tentativa provavelmente seguiria pelo mesmo caminho. Só que eu comecei a perceber que o número de usuários estava aumentando e, ao contrário do que eu pensava, não eram só turistas que utilizavam o serviço; em grande parte dos casos as bicicletas são alugadas pelos próprios moradores. Comecei a ficar com vontade de experimentar para ver como é.
A vontade aumentou em uma conversa com a minha cunhada, que me mostrou o aplicativo do serviço para espertofones e explicou como o serviço é prático: você se inscreve, dá o número do seu cartão de crédito, seleciona o plano (R$ 5 por dia, 10 mangos por mês), digita o número da estação onde você está, seleciona uma bicicleta, pega ela e pode utilizar por até uma hora sem parar (se você pretende usar mais do que isso sem ser cobrado a mais você tem de devolver a bicicleta, esperar 15 minutos e repetir o processo), devolvendo-a em qualquer estação na cidade (e não necessariamente naquela onde você a pegou) que tenha lugar vago, claro. Resolvi baixar o aplicativo e testar.
Foi mesmo super prático. Eu já tinha feito o meu cadastro, então foi só ir até uma estação, fazer login, informar o número da estação e da bicicleta e pronto! Uma luzinha verde acendeu e a magrela estava liberada. E ela é confortável de pedalar, tem 7 marchas, o que é mais do que suficiente para encarar as ciclovias do Rio, e uma cestinha prática, apesar do gosto meio duvidoso da cor laranja. E, como tudo no Rio de Janeiro, o Bike Rio só abrange o eixo Centro – Zona Sul.
Segui de bicicleta da Praia do Flamengo, próximo do Largo do Machado, até o Rio Sul, em um passeio super agradável de final de tarde de outono. Com direito a apreciar a paisagem do Pão de Açúcar e a Enseada de Botafogo ao anoitecer – essas coisas que só o Rio oferece…