Viajando com crianças, II

Vamos continuar a análise dos cuidados que você tem de ter quando viajar com crianças pequenas.

d) Saiba para onde você está indo. Isso significa duas coisas: organize um roteiro factível e saiba para onde ir. Vou explicar melhor.

Algumas crianças acordam cedo e vão dormir cedo; outras, como João Guilherme, acordam tarde e dormem tarde. Não adianta planejar acordar cedo para fazer determinado passeio se sua criança acorda tarde, porque acordá-la cedo demais vai deixá-la de mau humor e irritada, ela vai resmungar, chorar, gritar, enfim, vai ficar bem chatinha e com isso o aborrecimento vai ser grande. Deixe para sair um pouco mais tarde, a tranquilidade vai compensar as horas perdidas.

Lembre-se ainda que a criança, após acordar, precisa tomar banho, ser vestida e alimentada, e a mochila com as coisas dela precisa ser arrumada (mesmo que você tenha feito isso na noite anterior, há itens que somente vão ser incluídos lá na hora de sair). Esse ritual todo leva tempo, não é só acordar, dar uma ajeitada no visual, comer alguma coisa e sair. Então você vai levar muito tempo até colocar os pés na rua.

Além disso, você precisa saber para para onde está indo, isso significa quais atrações você vai visitar e qual o melhor caminho para seguir. E o melhor caminho inclui, necessariamente, a maior quantidade possível de banheiros ou locais limpos, seguros e confortáveis o suficiente para trocar fraldas e, eventualmente, as roupas das crianças.

Nesse ponto, Paris mostrou um inconveniente. Se, por um lado, há banheiros públicos novos sendo instalados pela cidade, e vários estabelecimentos estão instalando banheiros para atender às determinações sanitárias da União Europeia, por outro lado esses banheiros não têm fraldários nem têm espaço ou opções suficientes para trocas de fraldas, o que significa que você tem de se virar, o que não é legal.

No próprio Louvre, mesmo depois de seguirmos a sinalização indicando banheiros com fraldários para trocar João Guilherme, encontramos um bancão com duas pias e olhe lá, tanto no masculino quanto no feminino. Isso foi uma constante durante toda a viagem (exceto na Eurodisney), e às vezes era bastante incômodo.

Versailles foi outro passeio complicado, porque carrinhos de bebê não são aceitos dentro do palácio. Na verdade, só pudemos entrar com uma bolsa com o mínimo necessário à manutenção do João Guilherme e do Davi, ou seja, JG foi andando até cansar, e a partir daí foi no colo (e ele está pesado!), e o Davi foi o tempo todo no canguru (o que, com o tempo, também gera certo incômodo). Nos jardins do palácio, porém, os carrinhos podem entrar sem problemas.

O que eu quero dizer com isso é que, possivelmente, há passeios que você achará melhor deixar pra fazer em outra viagem, ou pra encarar quando a criança estiver um pouco maior, se virando sozinha com maios desenvoltura. Eu, particularmente, prefiro assim, é mais confortável e não estraga a viagem.

Outra coisa que você deve evitar é andar aleatoriamente, contemplando a cidade até chegar a algum lugar. Com crianças pequenas isso não dá certo: além de ser cansativo, você precisa de cada minuto disponível, porque o tempo não é tão farto quanto era quando se viaja entre adultos, e não dá pra desperdiçar. Além disso, elas cansam e perdem a paciência, precisando ficar entretidas.

Estas foram umas ideias bem básicas colhidas da nossa experiência em Paris. Os próximos posts vão tratar das atrações que visitamos, especificamente.