A Amarelinha

Eu disse neste post que a camisa que a Seleção Brasileira vai usar na Copa do Mundo do ano que vem ainda não tinha “vazado”, e que o lançamento oficial será no próximo domingo, dia 24. Errei: a camisa já vazou desde outubro, e é bem interessante. O amarelo é o típico da Seleção, os punhos ganharam um contorno verde mais estreito que a média, e não há nenhum outro detalhe desnecessário que chame mais a atenção do que a própria camisa, à exceção da gola, que mantém o formato em V e tem um contorno verde que desce em direção ao peito. Achei meio estranho, não entendi o porquê disso e esteticamente não ficou nem retrô, nem moderno. Só esquisito. Mas não é nada que estrague a camisa mais bonita do mundo, e que terá a honra de receber a sexta estrela sobre o escudo da CBF. Assim torcemos.

Fonte: blog Manto FC (Globoesporte.com)

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Essa eu quero

Começaram a “vazar” (insistem em querer nos convencer que essa tática de marketing das empresas de publicar fotos “amadoras” de produtos são “vazamentos”) as camisas que a Nike vai fornecer em 2014 para as seleções que patrocina. A do Brasil, a propósito, será lançada no próximo domingo, dia 24, em cerimônia aqui no Rio, e ainda não “vazou”. A primeira camisa “vazada” é a da Holanda, em suas duas versões, laranja e azul.

Tudo bem, eu sou suspeito porque sempre gostei da camisa da Holanda, especialmente a laranja, mas parece, pelas fotos, que a Nike finalmente aprendeu a fazer camisas. Ambas estão muito bem resolvidas. A camisa laranja parece ter uma padronagem formada por pequenos triângulos unidos, que remete à camisa de 1988, ano de título da Eurocopa. Não sei se é problema da iluminação da imagem, mas parece que a camisa tem um tom de degradê “invertido”, quer dizer, ela assume um tom mais claro à medida que se aproxima da barra. Mas gostei do resultado.

Fonte: blog Manto FC (Globoesporte.com)

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Na foto da camisa azul esse efeito “degradê” parece um pouco mais evidente, e dá pra ver que a camisa é mais escura nas mangas e nas laterais, próximo à barra. Neste modelo, o escudo da Holanda e o logo da Nike são laranja, que combinam bem com o tom do fundo e representam a cor principal da seleção. Também gostei.

Fonte: blog Manto FC (Globoesporte.com)

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Ambas têm gola em V curta, uma única cor, no tom certo, que lhes dá personalidade – é fácil identificar de quem é a camisa, só de olhar pra ela, e dá pra identificar o que ela quer homenagear. O destaque está no que realmente merece ser destacado: escudo da seleção, logomarca do fornecedor, número e nome do jogador, pronto. Pra mim ficou ótimo, eu quero uma de cada.

Monza, 10 de setembro de 1972

Foi há quarenta anos, no domingo, 10 de setembro de 1972, que Emerson Fittipaldi alinhou no sexto lugar do grid de largada do Grande Prêmio da Itália de Fórmula 1, disputado em Monza, podendo se sagrar campeão mundial da temporada que vinha dominando amplamente, graças a um carro fantástico (o mítico Lotus 72D), à excelente forma técnica, à sorte e ao azar dos principais concorrentes, Jackie Stewart, da Tyrrell, campeão do ano anterior, e Dennis Hulme, da McLaren, campeão de 1967.

Emerson já era o virtual campeão daquele ano, porque sua campanha era muito superior à dos rivais, e lhe bastava pontuar na corrida para confirmar o título. Porém, os dias anteriores à corrida não foram nada tranquilos: naquela semana o carro titular fora destruído em um acidente com o caminhão da equipe durante a viagem para Monza, e o carro reserva, com o qual Emerson havia participado da classificação, apresentou vazamento no tanque de gasolina durante o Warm-up, o treino de aquecimento e acerto do carro realizado na manhã da corrida. O defeito foi consertado em cima da hora e ele pôde correr.

O interessante é que, em razão do acidente que havia matado Jochen Rindt na mesma pista dois anos antes, Colin Chapman, dono da Lotus, estava tendo problemas com a Justiça Italiana. Assim, para evitar sua possível prisão e a busca e apreensão do equipamento da equipe, ele inscreveu apenas um carro na corrida – o de Emerson – e não foi para a Itália. O carro com que Emerson correu foi um chassis reserva enviado às pressas para Monza.

A corrida, porém, foi uma tranquilidade só: depois de uma largada limpa, Fittipaldi ganhou três posições em poucas voltas, e assumiu o segundo lugar antes da metade da prova, graçasao acidente entre José Carlos Pace e Clay Regazzoni. O líder era Jacky Ickx, da Ferrari, cujo motor quebrou a oito voltas do fim, abrindo caminho para a vitória e o título, com duas corridas de antecedência, do mais jovem campeão do mundo até 2005, quando Fernando Alonso conquistou seu primeiro título.

É lugar comum dizer que foi este título abriu as portas do automobilismo mundial para o Brasil. Possivelmente não teríamos tido os tricampeonatos de Piquet e Senna, e, vá lá, Barrichellos, Massas e outros que se aventuraram pelas pistas desse mundão se não fosse por ele. Mas é verdade, e não é necessário acrescentar nada a isso. Só agradecer e homenagear os quarenta anos do primeiro título do, como ele mesmo se intitulou, “Porteiro dos Brasileiros“.

Emerson Fittipaldi e o mítico Lotus 72D (foto: Lotus Cars)

Chernobyl, 25

O maior acidente nuclear da História completa, hoje, vinte e cinco anos. Um teste de segurança mal sucedido graças a uma série de erros fez com que um dos reatores da usina nuclear de Chernobyl explodisse. Como ainda estávamos na guerra fria, o acidente demorou para ser divulgado, como também demoraram a ser tomadas medidas de controle. Pra piorar, naquela época as pessoas viviam à sombra constante da ameaça de um holocausto nuclear (muito bem representado pelo filme “O Dia Seguinte“, de 1983, por exemplo), e o acidente foi encarado como o prenúncio do fim do mundo. Não foi, mas foi uma grande tragédia que matou muita gente e fez com que a geração e utilização da energia nuclear fossem profundamente discutidas munudo afora.

Curiosamente, hoje vivemos às voltas com o vazamento da usina de Fukushima, no Japão, um acidente de proporções bem parecidas com o de Chernobyl, e que trouxe novamente à tona a discussão sobre a energia nuclear: há países como a França, que depende fundamentalmente da energia nuclear, defendendo sua utilização e sustentando que acidentes como estes são fatos isolados – um, provocado acidentalmente, outro, provocado pela natureza – e que o que se deve fazer é incentivar o desenvolvimento de novos métodos de operação das usinas para tentar minimizar ainda mais os riscos; outros países, porém, veem nesse acidente mais uma “saída de serviço” para sustentar o investimento em matrizes energéticas fósseis, ou de origem vegetal.

O fato é que não há planta industrial imune a acidentes, seja uma padaria, seja uma usina nuclear. O que devemos, na minha opinião, é estudar o ocorrido sempre com vistas a reduzir cada vez mais os riscos às pessoas e ao meio ambiente, porque eu quero este planeta inteiro, para ficar por aqui o maior tempo possível.