Bonito é uma cidade com pouco mais de 19 mil habitantes, que fica em uma área de 4.934,318 km², com 3.483 km² de área urbana. Fundada em 1927, integrava originalmente o território federal de Ponta Porã, depois o estado do Mato Grosso e desde 1977 é um município localizado no sudoeste do estado do Mato Grosso do Sul, no entorno do Parque Nacional da Serra da Bodoquena.
A economia bonitense é baseada em pecuária e agricultura, o que pode ser constatado pelas fazendas imensas no entorno da cidade, em mineração e no ecoturismo, que explora as muitas atrações naturais do lugar e atrai milhares de turistas todo ano para lá, dentre os quais eu e a Fê, que a cohecemos neste ano. E ficamos muito, mas muito bem impressionados com a qualidade dos serviços e a estrutura voltados para o turista na cidade, que é um dos destinos turísticos mais organizados do Brasil – senão “o” destino.
Nós queríamos ir a Bonito havia algum tempo, mas por um motivo ou por outro, sempre acabávamos adiando a viagem. Neste ano, porém, resolvemos finalmente colocar o plano em prática e separamos alguns dias para nos aventurar pelos cafundós do Centro Oeste. E deu certo, a viagem foi tão legal que eu não posso deixar de fazer um relato sobre ela aqui. Vou tentar ser o mais organizado e sistemático possível.
QUANDO IR
Todos os guias de turismo indicam o verão, entre dezembro e março, como a melhor época para visitar Bonito, porque é a época das chuvas, o que aumenta o volume dos rios e das cachoeiras. Verdade, mas, por outro lado, a cidade fica apinhada de gente, os preços disparam e algumas atrações, que têm limites diários de visitantes por dia, acabam atingindo a cota rápido e o turista pode acabar na mão. Há quem diga que o inverno é bom, porque as águas ficam ainda mais claras, o que aumenta a visibilidade; entretanto, o tempo fica muito seco e é época de queimadas. A minha sugestão é ir em abril, preferencialmente na primeira quinzena, quando fomos, porque a alta temporada terá terminado, os preços caem e chove bem menos, mas a estação da seca ainda não terá começado para valer. Além disso, as temperaturas estão mais amenas e a cidade fica menos movimentada.
COMO IR
Este ponto é importante. Bonito tem aeroporto, que recebe dois voos semanais da Azul direto de Campinas, às quartas e domingos, mas achamos a passagem cara. Valeu mais a pena pegar um voo para Campo Grande e seguir de carro de lá até Bonito, e aqui se deve tomar cuidado: quem consulta o Google Maps vai ver que o caminho mais curto entre a Campo Grande e Bonito é seguir para Aquidauana via BR-262 e de lá tomar a BR-345 até Bonito (mapa abaixo). Esse caminho deve ser evitado, porque a BR 262, que vai da capital até Aquidauana, tem grande movimento de caminhões, pavimentação ruim e muitas obras, a BR-345, que responde por mais da metade do trajeto, não é pavimentada.
O trajeto recomendado pelos locais (e isso é avisado até mesmo no balcão das locadoras de automóveis no aeroporto de Campo Grande) é mais longo, seguindo pela BR-060 através de Sidrolândia e Nioaque. São trezentos quilômetros, pouco mais de quatro horas de viagem, mas a estrada é bem pavimentada, apesar de pouco sinalizada e deserta: não há nada lá além de quilômetros e mais quilômetros de fazendas. Recomendo uma parada na padaria Ki Pão, em Sidrolândia (é fácil de achar, fica na beira da estrada, que corta o centro da cidade), para comer uma refeição honesta ou fazer um lanche, que pode ser a chipa, um salgado de massa que parece um biscoito de polvilho e tem gosto semelhante ao do pão de queijo.
E tem ainda outra rota que eu descobri por acaso, na volta: Em Aquidauana, onde se chega pela BR-262, pode-se pegar a BR-419 até Nioaque, e de lá seguir para Bonito. A BR-419 foi reformada recentemente e está em excelentes condições, e é pouco movimentada, porque pouca gente sabe que ela está boa, só mesmo os locais. Esse trajeto só aumenta em 31 quilômetros a distância percorrida por quem vai por Sidrolândia.
Digo que descobri esse caminho por engano pelo seguinte (é importante prestar atenção nisso): a partir de Nioaque não há cobertura 3G, apesar de o sinal de celular funcionar adequadamente. Isso quer dizer que aplicativos como o Waze ou o Navegador Google não vão funcionar a partir dali, e quem depender deles e não tiver um mapa impresso pode se perder. Na ida isso não é tão crítico, porque a estrada é uma só, mas na volta para CGR é complicado, como aconteceu conosco. A intenção era repetir o caminho por Sidrolândia que tínhamos feito na ida, só que, por falta de sinalização e de GPS, pegamos uma saída errada. Quando percebemos que não estávamos na BR-060, já tinha passado um bom tempo, e só quando encontramos um posto de gasolina conseguimos alguma orientação: era só seguir em frente que chegaríamos a Aquidauana.
Este é outro aspecto em que se deve prestar atenção: encontrar um posto de gasolina tanto na BR-060 quanto na BR-262 e na BR-419 é complicado, porque “ambas as três” estradas são, como eu disse acima, margeadas por fazendas intermináveis e há muito poucas cidades no caminho. Então é importante sair com o tanque cheio, senão o motorista vai ficar pelo caminho.
Terça feira que vem tem mais.