Salvem Nürburgring!

Um dos meus grandes sonhos de infância é dirigir no autódromo de Nürburgring, na Alemanha, que fica na cidade de Nürburg, perto de Frankfurt e Colônia. Mas não a pista onde normalmente se realiza o Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1 (em revezamento com Hockenheim desde 2008), mas sim o Nordshleife, um monstro de 22 quilômetros de extensão cercado por uma floresta muito densa, muito apropriadamente chamado por Jackie Stewart de “Inferno Verde”. Essa pista sediou o Grand Prix da Alemanha no pré II Guerra (antes da criação da Fórmula 1) e, depois, o GP da Alemanha de F1 por muitos anos, até o acidente de Niki Lauda em 1976, quando ele quase morreu. A partir do ano seguinte a corrida passou a ser disputada em Hockenheim, um circuito menor, onde teoricamente seria mais fácil para as equipes de restage chegar até o local de um acidente.

Nordshleife. A parte apagada, no canto inferior esquerdo, é o circuito onde hoje se disputa o GP da Alemanha de F1

Curiosamente, ao contrário do que muita gente afirma, a alteração não foi causada pelo acidente: ela já havia sido decidida bem antes dele. A quase tragédia serviu mais como um “viu só, não falei que era pra mudar?”, uma confirmação de que a decisão era correta. Porém, ainda hoje Nordshleife é utilizada em competições oficiais, como os 1.000 km de Nürburgring na categoria GT, além de servir de local de testes para várias montadoras de carro mundo afora.

Em Nürburging também é possível a qualquer pessoa dar voltas pela pista usando o próprio carro, por sua conta e risco, mediante pagamento por um número determinado de voltas. Veja só que incrível deve ser, então, dirigir em uma das pistas mais famosas, antigas e perigosas do mundo!

Só que acho que esse sonho vai ficar sendo apenas isso mesmo, um sonho. Ontem correu a notícia de que a empresa que administra o autódromo pediu falência, e não só a realização do GP da Alemanha de 2013 (que seria realizado lá; o deste ano, que acontece neste fim de semana, vai ser organizado por Hockenheim) está sob risco como a própria existência do autódromo é incerta.

Torço muito para que alguém assuma a administração do autódromo, um dos maiores monumentos automobilísticos do Mundo, junto com Monza e Indianápolis, e que ele não seja fechado, desativado ou destruído. Se eu pudesse, pegava o primeiro avião para lá só para dar a minha tão fantasiada voltinha naquela pista.