Dia 6: não priemos cânico!

A Seleção Brasiliera nem jogou mal: criou oportunidades, os jogadores se esforçaram e chegaram efetivamente ao gol mexicano. O problema é que sempre que os adversários pensavam “oh, e agora quem poderá nos defender?” o goleiro Ochoa surgia do nada, gritando “eu!”.

Nós que, na verdade, não contávamos com a astúcia do goleiro mexicano, cujas anteninhas de vinil captavam todos os movimentos do ataque brasileiro e lhe permitiam fazer defesas sensacionais – quando não captavam, ia na sorte mesmo. O fato é que Ochoa foi o grande nome do jogo, na melhor atuação de um goleiro na Copa até agora.

O jogo em si foi cansativo de se ver: o México rapidamente demonstrou que se contentaria com o empate, e armou uma retranca daquelas. O Brasil tentava atacar mas Ramires e Paulinho estavam mal, o que comprometeu o meio campo. Oscar também não estava bem, o que fez com que Neymar tivesse de voltar até o meio campo para tentar criar alguma coisa, já que sem os três a bola não chegaria até o ataque. Isso atrapalhava porque, como ele era bem marcado, não conseguia produzir.

Mesmo assim, a melhor chance do jogo foi dele, em uma cobrança de escanteio na qual ele subiu mais que Rafa Márquez, que tem o tamanho do Professor Girafales, e disparou a cabeçada. Só que o Chapolim Colorado foi lá e tirou a bola de dentro do gol. Se passar o replay é capaz de a bola entrar.

Já o México experimentava Júlio César com chutes de fora da área, mas também não passou disso. A linha mexicana não fez nada de interessante, só tentava exercer uma pressão de vez em quando, mas nada efetivamente preocupante.

Houve outras duas chances claras para nós, a última em uma cabeçada de Thiago Silva (que fez ótima partida) bem parecida com a de Neymar, a qual Ochoa defendeu sem querer querendo. No fim, ele assegurou o empate, que não deixa de ser um resultado satisfatório para os dois times, muito embora tenha ficado uma sensação de que tiraram a guacamole da nossa boca. Não foi um jogo para se lembrar.

Na verdade, foi um dia pobre em termos de futebol. A tal da Bélgica não mostrou nada, apesar de ter garantido a sétima virada da Copa, e a Rússia ofereceu ao mundo o primeiro frango do Mundial, e que frango! E só. Mas todo mundo já sabia que não vai sair coelho do mato do Grupo H, que é fraquinho que só. É que a regra determina que duas seleções dele têm de se classificar, porque se não fosse por isso, ninguém ia nem notar a diferença.