Dia 26: alguém anotou a placa?

Foram sete gols. Cinco deles em dezenove minutos. Quatro deles em seis minutos. Um banho de bola. Uma aula de disposição tática e técnica. Em casa. Na semifinal da Copa do Mundo. Para um time que usava uma camisa igual à do Flamengo.

Foi a maior goleada sofrida pela Seleção Brasileira em cem anos de história. A maior goleada sobre um anfitrião. A maior goleada já aplicada em uma semifinal de Copa. A maior goleada desta Copa, justamente sobre nós.

Foi a confirmação de Miroslav Klose como maior artilheiro da história das Copas, o que era inevitável. No segundo gol alemão sobre o Brasil, diante de Ronaldo, que foi vaiado quando apareceu no telão do Mineirão.

Foi a escancaração da mediocridade de um time que conseguiu sobreviver por cinco jogos, mesmo exibindo de forma tão evidente suas limitações técnicas e táticas. Foi a exposição do anacronismo em que vive o futebol brasileiro.

Foi mais uma demonstração de provincianismo e limitação mental da Seleção antes do jogo, com a exibição da camisa do Neymar no hino como se ele tivesse sido assassinado, como se nenhum jogador brasileiro tivesse sido cortado por lesão em Copas do Mundo antes.

Foi táo rápido, surpreendente e fácil que não deu nem para ficar irritado com o time. Não houve drama, não houve tensão, não houve emoção. Enquanto eu tentava entender o que acontecia, a Alemanha fazia mais um gol. E outro. E outro. E outro. E outro.

Há inúmeras outras estatísticas que mostram bem o tamanho da desgraça que aconteceu ontem em Belo Horizonte, mas não vou repeti-las aqui. Só escrevi o que me chamou mais a atenção. Também não vou perder tempo tentando explicar o inexplicável, elaborando teorias, buscando culpados. Nem vou nos aborrecer (eu e você, estimado leitor de cabeça inchada) com bravatas contra a CBF, a RGT, o oba-oba que dava o título táo certo que fez com que a Seleção só jogasse no Maracanã na final, o que não vai acontecer, a falta de treinos, as associações insanas envolvendo a Copa de 1950 e afins. Perdemos de 7 a 1 para a Alemanha pela semifinal da Copa, em casa. Isso já é mais que suficiente.